Projeto de Gandini livra crianças diabéticas de furos e agulhas, na hora de medir a glicose
Proposta do presidente da Frente Parlamentar para Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Diabetes da Assembleia Legislativa quer dar mais qualidade de vida para menores de 12 anos com diabetes mellitus tipo 1 (DM1).
Pense só no sofrimento dos pais que têm de ver seus filhos e filhas sendo furados inúmeras vezes durante o dia para medir os índices de açúcar no sangue. E se, com um pequeno sensor, aplicado na parte superior do braço, as leituras de glicose pudessem ser feitas sem agulhas, furos ou sangue exposto?
É o que propõe o Projeto de lei nº 793/2023, de autoria do deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), presidente da Frente Parlamentar para Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Diabetes da Assembleia Legislativa.
De acordo com a proposta, fica o Poder Executivo Estadual obrigado a adotar um protocolo de fornecimento, por meio das Farmácias Cidadãs da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), de dispositivo de Monitoramento Contínuo da Glicose (CGM), para crianças de até 12 anos com diabetes mellitus tipo 1 (DM1), contendo sensor de glicemia para o controle do açúcar no corpo.
O deputado explica, em sua justificativa, que é importante salientar que existem dois tipos de diabetes, sendo que, no tipo 1, o paciente não produz a insulina ou o pouco de insulina que produz não é suficiente para manter o controle adequado da hiperglicemia, fazendo com que o nível de açúcar no sangue fique sempre elevado.
Daí, reforça, é fundamental a adoção do CGM, para crianças de até 12 anos com diabetes mellitus tipo 1 (DM1), porque ele garante uma melhor qualidade de vida às crianças com diabetes, tanto sob o ponto de vista humanitário, como também de saúde pública.
“O diabetes é uma condição crônica que afeta a capacidade do corpo de regular os níveis de açúcar no sangue, e o diagnóstico em uma idade jovem pode ser particularmente desafiador. O meu projeto vem para dar mais qualidade de vida às crianças que têm a doença, preservando a saúde e tranquilidade delas”, explicou Gandini.
O parlamentar, que descobriu com 37 anos ser portador da doença, conta que já se colocou na posição dos pais.
“Também sou pai e imagino o desespero de ver seu filho (a) sendo furado (a) inúmeras vezes durante o dia. Quero evitar esse sofrimento!”, declarou Gandini.
O projeto ainda passará pelas comissões da Assembleia antes de ser colocado em votação em plenário.
*AUDIÊNCIA*
No último dia 28, o deputado realizou uma audiência pública, a pedido da Associação de Diabéticos do Espírito Santo e Amigos (Adies), na sede do Legislativo, para discutir o tema: “Podemos confiar nos glicosímetros entregues na rede pública?”.
O glicosímetro é um aparelho usado para medir os níveis de glicose no sangue, sendo principalmente utilizado por pessoas que possuem diabetes do tipo 1 e 2, já que ele permite saber quais são os níveis de açúcar ao longo do dia.
A Adies denunciou que os aparelhos estão dando problemas e precisam ser substituídos.
Diante de representantes da sociedade civil e das secretarias municipais de Saúde, além do Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES), Gandini cobrou a realização de novos testes, inclusive da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), e investigação por parte do Ministério Público.