Gandini reforça pedido por transparência e diálogo para destravar duplicação da BR-101


Presidente da Comissão de Fiscalização da BR-101 na Assembleia alerta para prejuízos ao Estado na reforma tributária, caso gargalo logístico da duplicação da BR-101 não seja vencido com rapidez


A duplicação da BR-101, tema central da audiência pública realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), na Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), na terça-feira (26), em Vitória, continua sendo um dos maiores desafios para a infraestrutura capixaba. O deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), presidente da Comissão de Fiscalização da BR-101 e da Rodovia do Sol na Assembleia Legislativa, destacou a importância de maior fiscalização, transparência e participação popular para destravar a duplicação da BR-101.

Segundo Gandini, que participou da primeira audiência pública realizada para discutir o tema, após uma década de concessão, apenas 117 km dos 478,79 km contratados foram duplicados. Ele enfatizou que a população esperava resultados mais concretos, especialmente considerando os recursos já investidos e a alta taxa de acidentes no trecho norte, ainda conhecido como “máquina de matar”. Para ele, a falta de transparência e participação popular no processo de planejamento também tem gerado insatisfação.

O novo contrato, previsto para ser assinado em 2025, após leilão na Bolsa de Valores B3, promete mudanças significativas. Entre as metas, destacam-se a duplicação de 84 km e 12 km de contornos nos três primeiros anos, com investimentos de R$ 7 bilhões em obras e R$ 3,3 bilhões em ações operacionais.

 SÃO MATEUS

Contudo, segundo ele, a ausência de duplicações em trechos críticos, como em São Mateus, e a inclusão de 41 km de terceiras faixas no lugar, são pontos de atenção e que precisam ser revisados, ouvindo a população.

“Ouvi o prefeito eleito de São Mateus, Marcos da Cozivip, que está preocupado com o fato de São Mateus está fora dos novos planos de duplicação. A região é uma das mais críticas em relação à quantidade de acidentes.

“Ele (Marquinhos) falou:  ‘Gandini, poxa, não vão duplicar nada aqui! Nós temos uma praça de pedágio dentro da nossa cidade e não vão  duplicar nada?!’ Ele não tinha sequer a informação, inclusive, que teriam as terceiras faixas lá na região”, declarou o deputado.

Gandini alertou para a necessidade de soluções alternativas e maior diálogo com as comunidades locais e lideranças municipais.

“Precisamos que as informações cheguem à população. Onde vai duplicar? Em qual prazo? Por que a gente ficou um ano e 10 meses sem informação, simplesmente sem saber o que estava sendo discutido dentro das estruturas de poder? A população poderá opinar? É importante que as comunidades onde passam a rodovia sejam ouvidas e participem desse processo”, declarou.

O parlamentar também relacionou o tema ao impacto da reforma tributária, destacando que o Espírito Santo precisa de uma logística eficiente para atrair empresas e fortalecer sua economia.

“Sem infraestrutura adequada, vamos perder competitividade em um momento crucial para os estados”, afirmou, prevendo problemas no futuro.

A ANTT apresentou um cronograma detalhado que inclui marcos importantes, como os contornos de Fundão e Ibiraçu (2026) e a duplicação de subtrechos na Serra e em Linhares nos anos seguintes.

Também haverá isenção do pedágio para motociclistas, além de penalidades rigorosas para descumprimento de metas estabelecidas, e os reajustes tarifários estão condicionados à conclusão de 90% das obras previstas.

Para Gandini, é essencial garantir que o acompanhamento trimestral prometido pela concessionária seja efetivo e que ajustes necessários sejam feitos antes de 2032, quando termina o cronograma previsto de obras.

“Não podemos esperar mais uma década para rever problemas. O Espírito Santo precisa de uma rodovia moderna e segura agora”, concluiu.

Essa discussão acende um alerta para a necessidade de fiscalização contínua e uma atuação conjunta entre poderes públicos e sociedade para que a duplicação da BR-101, finalmente, saia do papel e beneficie toda a população capixaba.


CRONOGRAMA DE OBRAS


 2025
22 Km de duplicações

Conclusão subtrecho F (Guarapari – Anchieta)

Início obras subtrecho G (Iconha – Atílio Vivacqua) e D (Serra) PRF Guarapari

 
2026
25 Km de duplicações

Conclusão subtrecho D (Serra)

Início obras subtrecho C (Serra – João Neiva)

4 km – Inicio obras Contorno Ibiraçu e Fundão

8 retornos em nível

3 novas interseções em desnível

2 passarelas

2 PPD

Ciclovia em Linhares

 
2027
37 Km de duplicações

8 km – Obras Contorno Ibiraçu e Fundão

9,45 km de vias marginais e laterais

10,7 km de vias marginais

2 passarelas

9 retornos em nível

 
2028
12 Km de duplicações

Conclusão subtrecho C (Serra – João Neiva)

3 km conclusão

Contorno Ibiraçu e Fundão

13,3 km de vias marginais e laterais

7 retornos em nível

2 novas interseções em desnível

2 passarelas


 2029
18 Km de duplicações

Início obras sub. I (Atilio Vivácqua – Mimoso do Sul)

Conclusão do subtrecho G (Iconha – Atílio Vivácqua)

5 retornos em nível

1 nova interseção em desnível

2 passarelas


 2030
27 Km de duplicações

Início subtrecho B (Aracruz – Linhares)

8 km de faixas adicionais

6 retornos em nível

2 passarelas


 2031
29 Km de duplicações

Conclusão subtrecho I (Atilio Vivácqua – Mimoso do Sul)

Conclusão subtrecho B (Aracruz – Linhares)

8 km de faixas adicionais

4 retornos em nível

2 novas interseções em desnível

2 passarelas


 2032

16 Km de faixas adicionais

Recuperação de pavimento

4 retornos em nível

1 nova interseção em desnível

2 passarelas

 Fonte: Eco101.
 


Legenda. 
Gandini discursa em audiência pública, na Findes: “São Mateus tem praça de pedágio, mas está fora dos planos de duplicação.”

Créditos: Wilbert Suave e Eco



Por Gleberson Nascimento 
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