5 cuidados que ajudam a prevenir doenças bucais além da cárie

Um sorriso bonito é um belo cartão de visitas e ajuda a melhorar a confiança e a autoestima de qualquer um. Por isso, a conscientização sobre a importância da higiene bucal cresceu muito no Brasil nas últimas décadas, e os dados mostram isso. Segundo o Ministério da Saúde, houve uma queda de 14% no número de crianças brasileiras com cáries entre 2010 e 2024.

No entanto, as doenças que podem afetar a saúde bucal vão muito além da cárie. “Existe uma grande variedade de doenças que pode acometer a cavidade bucal, como a doença periodontal ou tumores, sejam malignos ou benignos”, destaca a dentista oncológica e estomatologista Beatriz Coutens.

A doença periodontal é uma inflamação que acontece na gengiva, sendo causada pelo acúmulo do chamado biofilme, um conjunto de restos alimentares e bactérias que pode causar sangramentos, vermelhidão e sensibilidade, e pode levar até a perda de dentes.

Além da questão periodontal, feridas na mucosa bucal, facilmente confundidas com aftas, também devem ser acompanhadas com atenção. “Muitas vezes, essas feridas, podem, de fato, se configurarem como aftas. Porém, o grande sinal de alerta para esses episódios é quando eles passam mais de 14 dias sem resolução. A partir desse momento, qualquer machucado ou incômodo na boca deve ser investigado por um profissional, como um dentista ou médico cirurgião de cabeça e pescoço”, orienta.

É sabido que a boa higiene bucal ajuda a prevenir o desenvolvimento de diversos problemas bucais, como as cáries, o acúmulo de placa bacteriana e a doença periodontal. E ela também pode ter um papel decisivo na prevenção de doenças potencialmente mais graves, como o câncer de boca.

“Já se sabe que o acúmulo de restos alimentares e de bactérias pode levar a inflamações e à liberação de substâncias nocivas no organismo, como a nitrosamina, que aumenta o risco de desenvolvimento de cânceres de boca”, reforça Coutens.

Conheça 5 cuidados para prevenir doenças bucais

1) Manter uma boa higiene bucal

Uma escovação adequada, com uso diário de fio dental, parece ser uma receita batida, mas evita o surgimento das principais doenças que afetam a saúde bucal, como as cáries, o acúmulo de placa bacteriana e a doença periodontal.

A escovação deve ser realizada depois de todas as refeições e também antes de dormir. Os dentistas recomendam que o creme dental utilizado contenha flúor, o que ajuda a reforçar o esmalte do dente.

2) Evitar o consumo de bebidas alcoólicas

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas está relacionado a uma diversidade de doenças e problemas de saúde e o risco de desenvolvimento de tumores na boca é um deles. O risco vai se tornando maior conforme também aumenta a quantidade de doses de bebida ingeridas.

3) Não fumar

Da mesma forma, o consumo do cigarro e o contato frequente da mucosa bucal com as diversas substâncias cancerígenas faz dos tabagistas pessoas com maior chance de desenvolvimento de tumores de boca. Evitar o fumo é considerado, por muitos especialistas, como o hábito de estilo de vida mais importante para evitar o surgimento de tumores nessa região.

4) Fazer sexo com proteção

Um item que aparentemente pode ter pouco a ver com a saúde bucal, as relações sexuais com proteção são um item importante dessa lista. Isso acontece devido à infecção pelo vírus HPV, que pode acontecer durante o sexo oral, é um importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de boca.

5) Proteger-se dos raios solares

Já se sabe que a exposição desprotegida à radiação ultravioleta é um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele e isso também se aplica ao câncer labial. Evitar expôr-se ao sol nos horários de maior incidência (entre 10 e 16h) e utilizar protetores labiais com proteção UV são bons hábitos de prevenção

6) Bônus: visite o dentista e conheça seu corpo

As visitas regulares ao dentista e o autoconhecimento são fatores importantíssimos para a manutenção da saúde bucal. “No mínimo a cada seis meses, o paciente deve fazer uma consulta com seu dentista. Nessas oportunidades, o profissional poderá observar o estado geral dos dentes e da mucosa da boca e, ao observar feridas ou outras situações que fogem ao usual, poderá fazer o encaminhamento ao profissional especializado, como o estomatologista”, orienta Coutens.

“Mas o autoconhecimento também é uma ferramenta importante. Dores que se prolongam, sensações estranhas ao mastigar, surgimento de feridas, aftas ou outras manifestações que não se resolvem no espaço de duas semanas devem motivar o indivíduo a, imediatamente, procurar atendimento médico ou odontológico”, explica a dentista.

Fabio Andrade 

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